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Artigo: Controle convencional da glicemia versus controle intensivo em pacientes criticamente doentes

Pesquisadores australianos e neozelandeses ligados ao estudo NICE-SUGAR publicaram, recentemente, no New England Journal of Medicine, os resultados do estudo realizado para investigação da faixa-alvo ótima de glicemia em pacientes criticamente doentes.

Em 24 horas após a internação em uma unidade de terapia intensiva (UTI), pacientes adultos cuja expectativa de permanência em UTI por três ou mais dias consecutivos foram randomicamente alocados para serem submetidos a controle estrito de glicemia, com faixa-alvo de glicemia entre 81 e 108 mg/dL (4,5 a 6 mmol/L) ou controle convencional de glicemia, com alvo de glicemia igual ou inferior a 180 mg/dL (< 10 mmol/L). Definiu-se como desfecho primário óbito por qualquer causa em até 90 dias após a randomização.

Dos 6104 pacientes submetidos à randomização, 3054 foram alocados para controle intensivo de glicemia e 3050 pacientes foram alocados para controle convencional; dados em relação ao desfecho primário no 90° dia estiveram disponíveis para 3010 e 3012 pacientes, respectivamente. Os dois grupos apresentavam características semelhantes em momento basal. No total, 829 pacientes (27,5%) do grupo de controle intensivo e 751 pacientes (24,9%) do grupo de controle convencional faleceram (OR para controle intensivo = 1,14; IC95% = 1,02 – 1,28; P = 0,02). O efeito do tratamento não diferiu significativamente entre pacientes cirúrgicos e não cirúrgicos (clínicos) (OR por óbito no grupo de controle intensivo = 1,31 e 1,07, respectivamente; P = 0,10). Hipoglicemia grave (glicemia < 40 mg/dL [2,2 mmol/L]) foi relatada em 206 de 3016 pacientes (6,8%) no grupo de controle intensivo e em 15 de 3014 (0,5%) no grupo de controle convencional (P < 0,001). Não houve diferença significativa entre os dois grupos de tratamento em relação à mediana do número de dias de internação na UTI (P = 0,84) ou no hospital (P = 0,86) ou em relação à mediana de dias de ventilação mecânica (P = 0,56) ou de terapia de substituição renal (P = 0,39).

Os pesquisadores concluíram que, neste estudo extenso, randomizado e internacional, o controle intensivo de glicemia aumentou a mortalidade em pacientes adultos na UTI: glicemia-alvo igual ou inferior a 180 mg/dL resultou em menor mortalidade que glicemia-alvo de 81 a 108 mg/dL.


Intensive versus conventional glucose control in critically ill patients - New England Journal of Medicine 2009;360:1283-1297

Obs.: Este é um resumo do artigo. Se desejá-lo na íntegra, faça uma solicitação através do link Contato.


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